terça-feira, 24 de novembro de 2009

Hebe Castro - História Social

O texto é importante por, primeiro, mostrar várias modalidades de história social, deixar claro que não existe apenas um tipo de história social, que várias com pressupostos diferentes foram realizadas ao longo do tempo e que a história social, como vista pelos historiadores, aquela influenciada pelos Annales, entrou em crise nas décadas de 70 e 80 e novas abordagens foram propostas.

Existe a história social praticada por alemães conservadores durante o século XIX, uma história preocupada com costumes, com a vida privada, com a cultura, enfim. Uma história com a política deixada de fora.

Existe a história social socialista, preocupada com os movimentos operários, suas formações, desenvolvimento e estrutura, preocupada com movimentos coletivos. Uma história com o indivíduo deixado de fora.

E a história social dos Annales, preocupada com os movimentos coletivos, as estruturas de longo prazo e a análise na história.

Porém, a história social dos Annales foi questionada em vários pontos: o estruturalismo não mata o indivíduo, a ação livre, o homem como sujeito da história? Os homens fazem ou sofrem a história? Para os críticos, é preciso olhar mais para como os homens podem escapar das estruturas, como podem agir mais ou menos livremente dentro de uma sociedade estruturada de tal ou qual forma.

O método quantitativo é tão desumano quanto. Preocupado apenas com longas séries, não fala sobre homens reais, vivos, fala apenas sobre números abstratos e genéricos.

É aí, então, que três novas abordagens aparecem: uma abordagem mais antropológica, preocupada em descobrir como os homens constroem culturalmente suas identidades coletivas.

A redução na escala de análise, a micro-história, que se preocupa justamente em ver como indivíduos se estabelecem em relação aos marcos estruturais, se existe ou não um espaço de liberdade, se eles podem ou não fazer a história e não apenas sofrerem ela, serem determinados pelas estruturas.

A autora cita também a mudança de perspectiva criada pela história vista de baixo, de Thompson. Preocupado com a cultura e o comportamento das classes mais baixas, em como faziam os acontecimentos e em como reagiam aos acontecimentos. Não era uma história apenas do movimento operário, mas de outras classes populares que não se organizaram necessariamente como movimento operário para derrubar o capitalismo e iniciar uma nova era social e política.

A autora conclui que a fragmentação da história social é um fato, que tal fato não permite mais que a história social seja considerada uma disciplina homogênea. Apesar de todas as diferenças, existem semelhanças essenciais, que marcam o que é uma história social e o que não é: principalmente, a preocupação com o coletivo, com o compartamento de identidades coletivas e como elas influenciam o andar da história.

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